Amigos e Cotidiano
Hoje, com câmeras extremamente portáteis, criou-se essa
necessidade de registrar tudo o tempo todo, chegando ao ponto de muitas vezes o
“fotografar” ser mais importante do que o “vivenciar” em uma situação. Em
contrapartida, surgiu também um revival da
fotografia analógica e da estética que essas fotos antigas tem, com vários
aplicativos que possuem filtros que imitam essa estética.
Pensando nisso, eu resolvi fazer uma espécie de foto-diário,
tirando fotos dos meus amigos e de objetos e cenas do meu cotidiano,
tratando-as para que tenham esse aspecto “vintage” e de fotografia em filme,
mas sem tentar “replicar” as imagens antigas.
"Lembra quando estávamos discutindo Hegel em Montmartre, lá por 1937?" (tríptico), 2014
Recortes do Cotidiano
Cotidiano
1. De todos os dias; diário: 2. Que se faz ou sucede todos
os dias; diário: 3. Que aparece todos os dias; diário: 4. Que sucede
ou se pratica habitualmente:
S.
m.
5.
Aquilo que se faz ou ocorre todos os dias. 6. O que sucede ou se pratica
habitualmente.
A rotina do cotidiano por vezes nos cega à beleza dos detalhes.
Esse blog tem o intuito de fazer recortes desses pequenos momentos de todos os
dias.
"A surpresa de um dia comum." 2014
Fotografia Experimental
Este trabalho é o resultado de experiências fotográficas limitadas por determinadas condições, gerando assim resultados imprevisíveis. Faço uso de diversas técnicas e truques de revelação que deixam cada clique fotográfico com um gosto de surpresa. Defeitos na câmera, fungos na lente, filmes vencidos e acidentes ocorridos durante o processo são bem vindos ao meu trabalho.
Na minha produção, o ato de fotografar por si só já é um experimento constante. Com essa idéia, adquiri por experiência própria o conhecimento que tenho de fotografia, pois procuro me desprender de regras aprendendo a usar o equipamento com os meus erros e acertos, até atingir um resultado satisfatório.
Minha paixão pela fotografia começou aos 13 anos de idade, com uma câmera de brinquedo que ganhei de presente. Desde então, não mais parei de fotografar: a possibilidade de ter em mãos registros de momentos pelos quais passei me chama muita atenção. Comecei fotografando meus amigos andando de skate, objetos na rua e os lugares por onde passava. Com o tempo, tornou-se uma permanente filosofia na minha experiência de vida.
Processos cruzados. Stenio Freitas/ 2012
Arte Contemporânea: fotografia
Objetiva-se analisar o papel da fotografia na 31ª Bienal de São Paulo (2014), intitulada “Como (...) coisas que não existem”. Os visitantes da atual bienal se deparam com a onipresença da fotografia. Ela é a própria obra de arte, ou pode ser um dos elementos do trabalho, ou está registrando sua execução ou documentando projetos artísticos ou educativos. Na bienal há intervenções em cartazes de propagandas políticas de candidatos às eleições, e as fotografias dessas intervenções, às vezes feitas pela população e às vezes pelo próprio artista. Há também cartazes com fotomontagens, fotos diversas que saíram na imprensa, com e sem interferências do artista, como algumas sobre guerras e violência, fotos manipuladas, e até mesmo pinturas baseadas em fotografias, como as de menores fotografados ao serem apreendidos pela polícia, que o artista retirou de jornais (Sem título, 2013, Éder Oliveira). Ressalta-se que um importante aspecto da exposição é que muitos trabalhos de fotografia vêm acompanhados de um discurso, que faz parte da obra, mas não é uma legenda, apenas, é uma narrativa também, como no caso do trabalho de Tony Chakar, “Sobre outros mundos que estão neste”, 2014. Outras produções fotográficas são acompanhadas de esculturas, como nos trabalhos de Nilbar Gures, "Junction", 2010, formando um conjunto que usa várias técnicas. Assim, em face da importância da fotografia no meio artístico, pesquisa-se sua versatilidade criativa, observando-se sua participação nessa que é uma das mais destacadas exposições de arte do Brasil.
Sem título, 2014.
Camuflagem
A sociedade camuflada, o ambiente transparente e o choque de solidão. Assim é dado o tema deste blog, buscando momentos onde pessoas ,lugares, não se revela para o exterior,para outros momentos, se mostra apenas para si e com um único flash de memória.
O trabalho se constrói a partir de retratos registrados em momentos onde nota-se camuflagem por parte de séries cotidianas.
Diego Coutinho, Asa Sul, 2015.
Day by Day
O objetivo desse Tumblr é apresentar, e reunir, fotografias baseadas em praticas esportivas ao ar livre, parques e uma maneira mais saudável de viver; mostrando uma melhor qualidade de vida.
Apresento aqui algumas referências sobre pessoas que fotografaram e fotografam grandes marcos da historia da humanidade e também que atuam na área dos esportes, fotografando ligas esportivas de alto nível.
A escolha deste assunto vem em relação a minha paixão por praticar esportes, e por tentar mostrar para terceiros que podemos fugir da cidade de concreto e aproveitar um pouco da área verde que nos cerca todos os dias.
Sem título, 2015.
Arte Contemporânea: fotografia
Objetiva-se analisar o papel da fotografia na 31ª Bienal de São Paulo (2014), intitulada “Como (...) coisas que não existem”. Os visitantes da atual bienal se deparam com a onipresença da fotografia. Ela é a própria obra de arte, ou pode ser um dos elementos do trabalho, ou está registrando sua execução ou documentando projetos artísticos ou educativos. Na bienal há intervenções em cartazes de propagandas políticas de candidatos às eleições, e as fotografias dessas intervenções, às vezes feitas pela população e às vezes pelo próprio artista. Há também cartazes com fotomontagens, fotos diversas que saíram na imprensa, com e sem interferências do artista, como algumas sobre guerras e violência, fotos manipuladas, e até mesmo pinturas baseadas em fotografias, como as de menores fotografados ao serem apreendidos pela polícia, que o artista retirou de jornais (Sem título, 2013, Éder Oliveira). Ressalta-se que um importante aspecto da exposição é que muitos trabalhos de fotografia vêm acompanhados de um discurso, que faz parte da obra, mas não é uma legenda, apenas, é uma narrativa também, como no caso do trabalho de Tony Chakar, “Sobre outros mundos que estão neste”, 2014. Outras produções fotográficas são acompanhadas de esculturas, como nos trabalhos de Nilbar Gures, "Junction", 2010, formando um conjunto que usa várias técnicas. Assim, em face da importância da fotografia no meio artístico, pesquisa-se sua versatilidade criativa, observando-se sua participação nessa que é uma das mais destacadas exposições de arte do Brasil.
Sem título, 2014.
Camuflagem
A sociedade camuflada, o ambiente transparente e o choque de solidão. Assim é dado o tema deste blog, buscando momentos onde pessoas ,lugares, não se revela para o exterior,para outros momentos, se mostra apenas para si e com um único flash de memória.
O trabalho se constrói a partir de retratos registrados em momentos onde nota-se camuflagem por parte de séries cotidianas.
Diego Coutinho, Asa Sul, 2015.
Day by Day
O objetivo desse Tumblr é apresentar, e reunir, fotografias baseadas em praticas esportivas ao ar livre, parques e uma maneira mais saudável de viver; mostrando uma melhor qualidade de vida.
Apresento aqui algumas referências sobre pessoas que fotografaram e fotografam grandes marcos da historia da humanidade e também que atuam na área dos esportes, fotografando ligas esportivas de alto nível.
A escolha deste assunto vem em relação a minha paixão por praticar esportes, e por tentar mostrar para terceiros que podemos fugir da cidade de concreto e aproveitar um pouco da área verde que nos cerca todos os dias.
Sem título, 2015.
Exercícios adjetivos
Exercícios de experimento : como adjetivar o cotidiano.
Dando luz ao já visto e revisto.
Treinamento de ser coisa. De ser.
ler Manoel de Barros
sentir o barro
terra/ luz/ escrita
grafia de um dia
fotografia
Trabalho que visa captar em imagens fotográficas, um pouco da poética do grande Manoel de Barros, mostrando o caminho que trilhei até chegar no resultado final. É a busca da construção de uma poética visual através de palavras inspiradoras de um dos meus escritos preferidos. O nome "exercícios adjetivos" está justamente relacionado com as palavras, ao dar nome para momentos e situações, criamos a possibilidade de re-significação das imagens e chegamos a uma compreensão mais poética do cotidiano.
Para enxergar as coisas sem feitio é preciso
não saber nada.
É preciso entrar em estado de árvore.
É preciso entrar em estado de palavra.
Luanda Campelo, 2015.
Um dia na rua
O caminhar e o gesto. Ao colocar o pé para fora de casa já estamos fotografando. O registro destas memórias de contrastes, sombras e texturas será feito a partir do movimento do fotógrafo - são seus gestos atenciosos e simultâneos ao olhar que se tornarão, agora, parte do que passa pelo obturador e atinge sua retina.
(...) "o fotógrafo somente pode fotografar o fotografável, isto é, o que está inscrito no aparelho". (Vilém Flusser em Filosofia da caixa preta, p.31)
As fotos que fazem parte deste trabalho desejam ser autônomas. Em um primeiro passo, se distanciam provisoriamente de nossas tentativas de identificá-las, pois não têm aspectos que estejam previamente dados ou que sejam de antemão frequentes em nosso cotidiano. Ao olhá-las, vamos, pouco a pouco, nos restabelecendo com nuances e pequenos trajetos. Ao passo seguinte ou aos passos seguintes, vamos sendo permeados por uma outra possível trajetória. Uma deriva deste complexo arquitetônico em miniatura para nos voltarmos ao referente mais intenso de nossa cidade, o céu. Então, levamos do chão ao azul; o movimento que buscávamos ao sair de casa.
"A arte pode deixar de ser um relato sobre as sensações para tornar-se uma organização direta de sensações superiores. Trata-se de produzir a nós mesmos e não coisas que nos escravizem".(Guy-Ernst Debord, Internacional Situacionista - IS nº1, junho de 1958 em Apologia da Deriva - Escritos situacionistas sobre a cidade de Paola Berenstein Jacques (organizadora) p.72).
João Almeida Neto - No meio do chão - Brasília - 2016 - 20cm x 30cm - Fotografia.
Las Ventanas
Passei boa parte da minha infância no interior da Bahia. A cidade abriga 27.787 habitantes atualmente, mas na minha época o silêncio dos dias de domingos eram tomados por uma força centrípeta que me fazia pedalar a cidade inteira sob o sol quente de meio dia. Eu tropeçava pelos paralelepípedos das ruas, perdia a unha do pé, dava bom dia para as senhoras sentadas em suas cadeiras de balanço, acenava para os tios em suas janelas admiráveis e sentia o cheiro dos móveis de madeira do meu avô em todos os verões. Eu gostava de sentar nas cadeiras de ferro com almofadas laranjas só pra admirar o portão robusto do meu vizinho. Eu passei horas da minha vida anotando detalhe por detalhe do que via. Observei cada canto que passei e sempre notei - com brilho nos olhos - a arquitetura da cidade, as ladeiras que subia, as vielas que me metia. Toda essa memória me tornou a transeunte mais ativa da cidade.
Há exato seis anos me deparei com uma paixão inusitada: admirar janelas alheias. Sempre achei-as fascinantes vistas de fora, mas nunca entrava nas casas para olhá-las por dentro. Um dia, parada no quarto de uma amiga essa nostalgia me invadiu inteira. O tédio entre paredes e camas me obrigou a olhar pro lado: vi a janela e sua silhueta, suas grades, suas cortinas, o céu nublado e os passarinhos sorridentes entre as nuvens. A possibilidade de registrar esses encontros se perpetuaram nesse exato instante. Fotografo as janelas que me abrigam desde então.
Inspirada nas incríveis fotografias de John Sexton (referências visuais) todas as imagens foram feitas ou editas nos tons de cinza que tanto marca sua obra. Grande parte das fotografias foram feitas com o instrumento que eu tinha em mãos: celulares. As últimas ganharam um toque especial com minha GoPro Hero Black 3+. A intenção é fazer com que você imagine toda a a profundidade de campo, vista dentro de uma janela.
Mirela Borges, Janela Canto da Coruja - Vila de São Jorge, GO - 2015.
Meu mundo gay
O cotidiano é algo tão natural que nem sempre é bem observado, passamos sempre pelas mesmas ruas, pegamos sempre os mesmos ônibus e vemos sempre as mesmas pessoas. A raça humana sempre muito apreçada e desatenta, sempre com os celulares na mão e com a câmera mirando nossas caras. Será que conseguimos capturar algo verdadeiramente intenso e que mostra nossa essência? Será que conseguimos capturar a essência do nosso cotidiano? Busquei por meio desse trabalho mostrar um pouco da minha essência cotidiana, tentei mostrar algumas das pessoas que trazem um certo toque especial para o meu dia e os momentos que percebo minha rotina que foge de uma rotina.
Jéssica Bruce, Reflexos, 2016.
TexturasDoEntorno
O Distrito Federal possui em suas cidades satélites diversas texturas diferenciadas daquelas situadas no tao conhecido e chamativo Plano Piloto. Com a ajuda de uma câmera aproximada às diversas plataformas das cidades- e um olhar meticuloso do entorno-, pode-se observar os seus detalhes, que tão frequentemente são ignorados pelos olhares de seus moradores.A textura é uma característica que é captada através do sentido do tacto e transmite sensações tais como rugosidade, aspereza e suavidade. No âmbito de uma imagem, a textura se manifesta por meio da agrupação de formas e cores que permite identificar anormalidades em uma superfície plana.
Calçadas desalinhadas; folhas secas caídas no chão; grades deterioradas com ferrugem; cores variadas em cada casa; panfletos escangalhados colados em postes são detalhes que passam despercebidos a cada dia, e são os mesmos, que contam a historia da nossa cidade e a dão caráter e vida.
Ao caminhar um pouco pelas ruas faz-se possível perceber essa beleza, concentrando-se não na paisagem como um todo, mas no que a compõe.
Além de retratar a estética do lugar, um olhar aguçado aos detalhes da cidade traz uma compreensão e visão da cultura local, como vivem essas pessoas? quais são suas atividades cotidianas? como lidam os moradores com as barreiras e obstáculos presentes na sua vida urbana? como se manifestam artisticamente? Essas respostas, por vez, são respondidas apenas com uma observação pura do local.
Comumente, vivemos nossas rotinas com pressa, vemos, mas não enxergamos, a nossa capital. porém quando treinamos os nossos cérebros para captar os detalhes ao nosso redor, nos tornamos capazes de observar a decadência da vida urbana, mas, simultaneamente, sentir a sua genuinidade e beleza.
O objetivo deste trabalho é apresentar ao observador diversas fotografias de texturas que se encontram nas cidades do DF, com um olhar detalhista e diferenciado às estruturas que dominam a vida urbana.
Isabella Oliveira, Cartaz em Poste, 2016.
Exercícios de experimento : como adjetivar o cotidiano.
Dando luz ao já visto e revisto.
Treinamento de ser coisa. De ser.
ler Manoel de Barros
sentir o barro
terra/ luz/ escrita
grafia de um dia
fotografia
Trabalho que visa captar em imagens fotográficas, um pouco da poética do grande Manoel de Barros, mostrando o caminho que trilhei até chegar no resultado final. É a busca da construção de uma poética visual através de palavras inspiradoras de um dos meus escritos preferidos. O nome "exercícios adjetivos" está justamente relacionado com as palavras, ao dar nome para momentos e situações, criamos a possibilidade de re-significação das imagens e chegamos a uma compreensão mais poética do cotidiano.
Para enxergar as coisas sem feitio é preciso
não saber nada.
É preciso entrar em estado de árvore.
É preciso entrar em estado de palavra.
Luanda Campelo, 2015.
"A arte pode deixar de ser um relato sobre as sensações para tornar-se uma organização direta de sensações superiores. Trata-se de produzir a nós mesmos e não coisas que nos escravizem".(Guy-Ernst Debord, Internacional Situacionista - IS nº1, junho de 1958 em Apologia da Deriva - Escritos situacionistas sobre a cidade de Paola Berenstein Jacques (organizadora) p.72).
Um dia na rua
O caminhar e o gesto. Ao colocar o pé para fora de casa já estamos fotografando. O registro destas memórias de contrastes, sombras e texturas será feito a partir do movimento do fotógrafo - são seus gestos atenciosos e simultâneos ao olhar que se tornarão, agora, parte do que passa pelo obturador e atinge sua retina.
(...) "o fotógrafo somente pode fotografar o fotografável, isto é, o que está inscrito no aparelho". (Vilém Flusser em Filosofia da caixa preta, p.31)
As fotos que fazem parte deste trabalho desejam ser autônomas. Em um primeiro passo, se distanciam provisoriamente de nossas tentativas de identificá-las, pois não têm aspectos que estejam previamente dados ou que sejam de antemão frequentes em nosso cotidiano. Ao olhá-las, vamos, pouco a pouco, nos restabelecendo com nuances e pequenos trajetos. Ao passo seguinte ou aos passos seguintes, vamos sendo permeados por uma outra possível trajetória. Uma deriva deste complexo arquitetônico em miniatura para nos voltarmos ao referente mais intenso de nossa cidade, o céu. Então, levamos do chão ao azul; o movimento que buscávamos ao sair de casa.
"A arte pode deixar de ser um relato sobre as sensações para tornar-se uma organização direta de sensações superiores. Trata-se de produzir a nós mesmos e não coisas que nos escravizem".(Guy-Ernst Debord, Internacional Situacionista - IS nº1, junho de 1958 em Apologia da Deriva - Escritos situacionistas sobre a cidade de Paola Berenstein Jacques (organizadora) p.72).
João Almeida Neto - No meio do chão - Brasília - 2016 - 20cm x 30cm - Fotografia.
Las Ventanas
Passei boa parte da minha infância no interior da Bahia. A cidade abriga 27.787 habitantes atualmente, mas na minha época o silêncio dos dias de domingos eram tomados por uma força centrípeta que me fazia pedalar a cidade inteira sob o sol quente de meio dia. Eu tropeçava pelos paralelepípedos das ruas, perdia a unha do pé, dava bom dia para as senhoras sentadas em suas cadeiras de balanço, acenava para os tios em suas janelas admiráveis e sentia o cheiro dos móveis de madeira do meu avô em todos os verões. Eu gostava de sentar nas cadeiras de ferro com almofadas laranjas só pra admirar o portão robusto do meu vizinho. Eu passei horas da minha vida anotando detalhe por detalhe do que via. Observei cada canto que passei e sempre notei - com brilho nos olhos - a arquitetura da cidade, as ladeiras que subia, as vielas que me metia. Toda essa memória me tornou a transeunte mais ativa da cidade.
Há exato seis anos me deparei com uma paixão inusitada: admirar janelas alheias. Sempre achei-as fascinantes vistas de fora, mas nunca entrava nas casas para olhá-las por dentro. Um dia, parada no quarto de uma amiga essa nostalgia me invadiu inteira. O tédio entre paredes e camas me obrigou a olhar pro lado: vi a janela e sua silhueta, suas grades, suas cortinas, o céu nublado e os passarinhos sorridentes entre as nuvens. A possibilidade de registrar esses encontros se perpetuaram nesse exato instante. Fotografo as janelas que me abrigam desde então.
Inspirada nas incríveis fotografias de John Sexton (referências visuais) todas as imagens foram feitas ou editas nos tons de cinza que tanto marca sua obra. Grande parte das fotografias foram feitas com o instrumento que eu tinha em mãos: celulares. As últimas ganharam um toque especial com minha GoPro Hero Black 3+. A intenção é fazer com que você imagine toda a a profundidade de campo, vista dentro de uma janela.
Mirela Borges, Janela Canto da Coruja - Vila de São Jorge, GO - 2015.
Meu mundo gay
O cotidiano é algo tão natural que nem sempre é bem observado, passamos sempre pelas mesmas ruas, pegamos sempre os mesmos ônibus e vemos sempre as mesmas pessoas. A raça humana sempre muito apreçada e desatenta, sempre com os celulares na mão e com a câmera mirando nossas caras. Será que conseguimos capturar algo verdadeiramente intenso e que mostra nossa essência? Será que conseguimos capturar a essência do nosso cotidiano? Busquei por meio desse trabalho mostrar um pouco da minha essência cotidiana, tentei mostrar algumas das pessoas que trazem um certo toque especial para o meu dia e os momentos que percebo minha rotina que foge de uma rotina.
Jéssica Bruce, Reflexos, 2016.
TexturasDoEntorno
O Distrito Federal possui em suas cidades satélites diversas texturas diferenciadas daquelas situadas no tao conhecido e chamativo Plano Piloto. Com a ajuda de uma câmera aproximada às diversas plataformas das cidades- e um olhar meticuloso do entorno-, pode-se observar os seus detalhes, que tão frequentemente são ignorados pelos olhares de seus moradores.A textura é uma característica que é captada através do sentido do tacto e transmite sensações tais como rugosidade, aspereza e suavidade. No âmbito de uma imagem, a textura se manifesta por meio da agrupação de formas e cores que permite identificar anormalidades em uma superfície plana.
Calçadas desalinhadas; folhas secas caídas no chão; grades deterioradas com ferrugem; cores variadas em cada casa; panfletos escangalhados colados em postes são detalhes que passam despercebidos a cada dia, e são os mesmos, que contam a historia da nossa cidade e a dão caráter e vida.
Ao caminhar um pouco pelas ruas faz-se possível perceber essa beleza, concentrando-se não na paisagem como um todo, mas no que a compõe.
Além de retratar a estética do lugar, um olhar aguçado aos detalhes da cidade traz uma compreensão e visão da cultura local, como vivem essas pessoas? quais são suas atividades cotidianas? como lidam os moradores com as barreiras e obstáculos presentes na sua vida urbana? como se manifestam artisticamente? Essas respostas, por vez, são respondidas apenas com uma observação pura do local.
Comumente, vivemos nossas rotinas com pressa, vemos, mas não enxergamos, a nossa capital. porém quando treinamos os nossos cérebros para captar os detalhes ao nosso redor, nos tornamos capazes de observar a decadência da vida urbana, mas, simultaneamente, sentir a sua genuinidade e beleza.
O objetivo deste trabalho é apresentar ao observador diversas fotografias de texturas que se encontram nas cidades do DF, com um olhar detalhista e diferenciado às estruturas que dominam a vida urbana.
Isabella Oliveira, Cartaz em Poste, 2016.
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