Photodocumento
O conceito de fotografia documental assume, a princípio, o compromisso com a realidade tal como é. Esse trabalho apresenta fotos que representam a realidade, mas que também expressam o modo de ver de seu autor.
Ana Vasconcellos - Ao Telefone - 2013.Documentário Imaginário |
Fotografia Documental
A fotografia documental é um gênero fotográfico que abrange diversos tipos estéticos e os temas podem ser os mais diferentes: o cotidiano, a guerra, o mundo, etc. Alguns teóricos consideram que ser um registro documental é uma característica fundamental da fotografia. Outros, relacionam diretamente com temas sociais. Se constitui em uma narrativa, nem sempre linear, que transmite sensações através de uma série de imagens que, unidas, adquirem um significado na relação umas com as outras.
"Documentaire": John Grierson sobre o filme Moana, de Robert Flaherty, em 1926.
"Possibilidade de tornar visível o invisível, de iluminar a escuridão, de desmascarar o que está mascarado, de transformar o que é encenado em não encenado, de fazer da mentira a verdade.”
(VERTOV, 1983, p.262)
Fotojornalismo vs Fotografia Documental
É característica do fotojornalismo:
-ausência de pré-pesquisa sobre o tema;
-curto tempo para execução
- objetivo de uma foto-única
- compromisso com o imediato
- local de divulgação: principalmente imprensas
Documentário + imaginário
Trata-se do elo das qualidades do registro documental, (objetivo) e perspectiva estética (subjetivo).
Imaginário: subjetividade, criatividade, desejos, sonhos, representativo, simbólico. Imaginação enquanto ação criadora, poética provinda das lembranças e sonhos do fotógrafo.
Lago de significados, de Durand (2004)
"Em uma interpretação livre do conceito de Durand, o imaginário orienta o trajeto antropológico do fotógrafo, que bebe de várias bacias semânticas em busca de armazenamento de dados para sua produção; em seguida, passa pelo escoamento, onde escolhe novas formas de trabalhar o conteúdo armazenado; organiza os rios, ordenando-os mentalmente; e daí estabelece o seu próprio lago de significados, deixando brotar seus desejos, angústias e aspirações antes de apertar o botão." (LOMBARDI, 2007)
Mariana Carvalho. homesweethome, 2014
Foto documental
A foto documental é um gênero fotográfico que busca acima de tudo registrar a maneira como a passagem do tempo afeta o objeto.
Neste blog, o trabalho proposto é um registro em forma de narrativa abordando o desenho e a forma que o mesmo afeta o desenhista focalizando suas mãos.
Luana Marques, Sem Título, 2016.
Em um hospital, a vida está em suspenso. Não é um lugar somente de dor, mas também de tédio. Nada acontece.
Existe um antes do hospital e, espera-se, existirá um depois. Entre esses dois momentos, apenas um tempo que não passa.
É possível registrar em imagens a falta de movimento ou, pior, o movimento que não leva a lugar algum?
Nessa compasso de espera, fotografar se revela um ato de sobrevivência, que transforma o tédio em criação.
Vaguear sem destino pelos corredores do hospital, procurando o que fotografar em um local ao qual só se vai por necessidade, é subverter a ordem, tomar posse novamente do tempo e do próprio destino.
Este ensaio fotográfico, realizado em 27 de outubro no Hospital Universitário de Brasília (HUB), não tem a intenção de ser uma reportagem fotográfica nem uma denúncia sobre as condições dos hospitais públicos brasileiros.
Ele se propõe, sim, a ser um exercício do olhar: estar aberto para as "aparições" do cotidiano, onde e quando elas se apresentam.
O que chamo de aparições são momentos únicos, para os quais convergem pessoas, situações, luz, sombra, linhas e formas, unidos em um instante fugaz, que é eternizado pela imagem fotográfica.
Joseana Paganine, O que será?, 2016.
Percurso Periférico
A ideia central do projeto Percurso Periférico é registrar cenas comuns ao passageiro de metrô do Distrito Federal, em especial ao passageiro que percorre o trecho Samambaia - Terminal Rodoviária. A arquitetura das estações, a presença constante de cercas e trilhos, as transformações das paisagens vegetais e urbanas, a interação humana nesses espaços, todos esses aspectos foram evidenciados nos vários registros realizados. O nome Percurso Périférico é explícito e foi escolhido porque a maior parte da linha do Metrô DF está situada em regiões periféricas à cidade de Brasília, sobretudo Ceilândia e Samambaia. Também importa pontuar de maneira enfática as contradições sociais e econômicas das cidades do DF que podem ser claramente observadas em todo o percurso.
Se locomover constantemente de metrô pode causar um torpor maior do que fazer o mesmo num veículo de via urbana. O isolamento do metropolitano em relação à cidade é bem marcado pelas grades e cercas (quando em superfície) e pelos túneis e trincheiras (quando subterrâneo) que delimitam a sua área e, no caso do DF, pela distância da grande maioria das estações dos centros urbanos. Esse fato acentua no cotidiano do passageiro uma espécie de alheamento intenso quanto à paisagem circundante e, por conseguinte, cada qual se imerge profundamente em seu celular ou leitura, visto que o horizonte que se delineia através das grandes janelas é opaco e desinteressante. Tendo considerado isto, a proposta se concentra em questionar essa apatia lançando olhares diversos, através dos vidros manchados do metrô, para a realidade exterior do percurso Samambaia - Terminal Rodoviária. O principal ponto de convergência é justamente este: registros realizados de dentro do vagão para fora de cenas recortadas pela janela retangular.
O caráter documental evidente das fotografias pode e deve ser levado em consideração, já que os registros captam a existência de algo físico e concreto, de fragmentos específicos do espaço do DF que poderão se perpetuar no tempo através de imagens. No entanto, a abordagem experimental adotada revela certo distanciamento de uma postura jornalística, os cliques inusitados e imprevisíveis foram aqui mais valorizados do que os intencionados, bem como a tonalidade cinza das fotos foi escolhida por uma questão estética. Neste tecido urbano inquieto no qual se insere o transporte metroviário é possível extrair imagens instigantes e curiosas, dependendo variavelmente do ângulo de visão, muito embora a sensibilidade do observador seja uma necessidade primordial nessa experiência.
Lucas Lira, Estação Arniqueiras, 2016.
Chão
- adj.Plano, liso.Tranquilo, franco, simples, singelo.Semenfeites.s.m.Solo.Terra plana.Pequena propriedade de terra: vou para o meu chão.A superfície do solo que pisamos, o pavimento da casa: cair ao chão.
Com tantas definições, sempre presente, nos acostumamos tanto em pisar no chão que esquecemos tudo que está a nossos pés. Vendedores de roupas, hippies com seus artesanatos, artistas de rua, pessoas de todo o tipo estão ao chão e quase sempre nos passam despercebidas, assim como o chão no qual pisamos e cuja existência muitas vezes ignoramos.
Thiago Moraes, Sem Título, 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário